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O Stalking Leaks pretende ajudar vítimas de stalking. Se está a passar por um problema de stalking divulgue o seu caso sem receios e ajude outras pessoas a se salvarem de uma situação que coloca as suas vidas em perigo. Salvar vidas nunca pode ser considerado crime. A situação que eu passo há muitos anos fez com que eu criasse este site para tentar salvar/melhorar outras vidas.
Vamos ajudar a melhorar o mundo!
Let's help improve the world!
¡Ayudemos a mejorar el mundo!
Aidons à améliorer le monde!
O QUE É:
O stalking/assédio persistente é uma forma de violência definida como um conjunto de comportamentos de assédio praticados, de forma persistente, por uma pessoa contra outra, sem que esta os deseje e/ou consinta. O stalking é, portanto, um assédio persistente.
O/A autor/a destes comportamentos de assédio pode ou não ser alguém que a vítima conhece, ainda que frequentemente o assédio persistente seja perpetrado por ex-parceiros/as íntimos/as.
Assim, o assédio persistente pode ser cometido por:
Um/a (ex) parceiro/a íntimo;
Um/a amigo/a;
Uma pessoa conhecida (ex.: vizinho/a; colega de trabalho);
Alguém com quem a vítima contacte/tenha contactado no âmbito da sua profissão (ex.: um/a cliente);
Uma pessoa desconhecida.
COMPORTAMENTOS DE ASSÉDIO PERSISTENTE
Os comportamentos de assédio persistente têm como objetivo perturbar, atemorizar e alarmar a vítima.
Em regra, estes comportamentos começam por ser subtis e, de certa forma, inofensivos ou mesmo lisonjeiros ou cortejadores, por forma a “conquistar” a vítima. Podem não passar do simples e inofensivo envio de e-mails, cartas, mensagens, flores ou presentes, demonstrando o interesse em estabelecer com a vítima uma relação de maior proximidade/intimidade.
A natureza quase romantizada que estes contactos iniciais parecem assumir provocam alguma confusão na vítima, que poderá ter dificuldade em reconhecer o risco associado a este tipo de comportamentos e/ou em demonstrar de forma clara que este tipo de condutas lhe causa desconforto ou incómodo (inclusive para não ferir ou melindrar os sentimentos do/a autor/a destes comportamentos).
No entanto, e quando o/a autor/a dos comportamentos de assédio persistente percebe que a vítima não está interessada na sua aproximação ou nos presentes que lhe são enviados, os comportamentos de assédio podem tornar-se intimidatórios, perigosos e cada vez mais assustadores.
Presentes na totalidade ou quase totalidade de situações de assédio persistente, recolher ou reunir informações sobre a vítima junto de amigos/familiares, no correio, internet, local de trabalho, escola, etc.
Enviar repetidamente cartas, e-mails, bilhetes, sms e /ou efetuar telefonemas de conteúdo inofensivo e não ameaçador.
Tentar persistentemente aproximações físicas e/ou pedidos para encontros, reuniões, etc.
Deixar bilhetes ou flores junto do carro da vítima.
Observar/perseguir e aparecer “coincidentemente” nos locais frequentados pela vítima.
Ficar sentado/a à porta de casa da vítima, no seu local de trabalho, e/ou estabelecimento de ensino que frequenta.
Esperar a vítima junto ao seu carro no parque de estacionamento.
Espalhar rumores, dar falsas informações ou revelar segredos da vítima aos seus amigos e/ou familiares.
Presentes em cerca de metade das situações de assédio persistente.
Destruir e/ou danificar os bens pessoais da vítima e/ou o seu património (ex.: o seu automóvel; a sua habitação).
Enviar repetidamente cartas, e-mails, bilhetes, sms e/ou efetuar telefonemas ameaçadores.
As ameaças podem ser diretas, implícitas ou simbólicas.
Deixar provas de que arrombou o carro da vítima.
Entrar em casa da vítima enquanto esta não está.
Entrar em casa da vítima quando esta lá está.
Deixar flores/animais mortos ou outras coisas obscenas em casa ou no carro da vítima.
Presentes em cerca de ¼ das situações de assédio persistente.
Agredir fisicamente a vítima.
Violar ou tentar violar a vítima.
Presentes em menos de 2% das situações de assédio persistente.
Matar ou tentar matar a vítima.
QUEM É A VÍTIMA?
Qualquer pessoa pode ser vítima de assédio persistente, independentemente da sua idade, género, religião, classe social/nível socioeconómico, formação ou estado civil. No entanto, as investigações sobre esta forma de violência têm chegado à conclusão que as mulheres jovens representam um grupo mais vulnerável, apresentando um risco mais elevado do que a restante população.
Vítima de ex-parceiros/as: A vítima de um/a ex-parceiro/a é normalmente uma vítima do sexo feminino que é perseguida e persistentemente assediada por uma pessoa com quem manteve uma relação de intimidade no passado como, por exemplo, um ex-namorado ou um ex-marido.
Apesar de ser esta a situação mais frequente, o assédio persistente também pode ser perpetrado por uma mulher contra o seu ex-parceiro do sexo masculino, ou ainda entre ex-parceiros de casais do mesmo sexo.
As vítimas de ex-parceiros/as são geralmente as que sofrem, por comparação com as outras vítimas, um maior número de comportamentos de assédio persistente, que tendem a prolongar-se e a persistir ao longo do tempo, verificando-se também um aumento na gravidade e na probabilidade de dano físico decorrente dos comportamentos dos ex-parceiros. Estas vítimas são as que apresentam maior risco de serem vítimas de ameaças ou agressões físicas e as que apresentam, igualmente, risco mais elevado de homicídio.
Estas vítimas tendem a sentir-se mais culpabilizadas pela situação, uma vez que já haviam mantido um relacionamento íntimo com a pessoa que as tem assediado.
Vítimas de conhecidos/as ou amigos/as: As vítimas de assédio persistente nesta categoria são maioritariamente do sexo masculino. São geralmente homens com fracas competências sociais, isto é, dificuldade em estabelecer e manter relações de amizade tentando, através do assédio persistente, estabelecer um relacionamento íntimo com a vítima.
Estas vítimas são assediadas por períodos relativamente curtos de tempo e têm uma menor probabilidade de estar expostas a atos de violência.
Vítimas no contexto de uma relação profissional de apoio: Determinadas profissões (i.e. profissionais de saúde, assistentes sociais, advogados/as, professores/as, psicólogos/as) implicam a realização de contactos regulares entre o/a profissional e a pessoa que este/a acompanha, bem como a construção de uma relação profissional que, em alguns casos, envolve o desenvolvimento de uma relação de confiança, de empatia e de confidência com vista à resolução das problemáticas apresentadas pela pessoa que se encontra a ser acompanhada ou intervencionada. Em alguns casos, o fim da relação profissional pode gerar situações de assédio persistente, pela dificuldade de a pessoa alvo da intervenção, acompanhamento ou tratamento aceitar o fim da relação e/ou de tomar decisões sem o auxílio ou aconselhamento anteriormente fornecido pelo profissional.
Nestas situações o/a profissional torna-se vítima de assédio persistente por parte do seu/sua cliente/utente que, sentindo-se rejeitado/a ou abandonado/a, tenta, por diversos meios, manter ou estabelecer uma relação de intimidade fora do contexto profissional.
Vítimas em contexto laboral: O assédio persistente em contexto laboral é habitualmente praticado por empregadores, colaboradores, colegas ou clientes. A motivação dos comportamentos de assédio persistente poderá estar associada à vontade de estabelecerem com a vítima uma relação de intimidade ou, pelo contrário, por vingança ou retaliação perante alguma mudança na dinâmica ou na estrutura do contexto de trabalho (por exemplo, a vítima poderá ser persistentemente assediada por um/a colega de trabalho que discorde ou se percecione como injustiçado/a face à promoção ou progressão na carreira profissional alcançada pela vítima).
As situações de assédio persistente em contexto laboral podem escalar para situações de violência física, quer contra a vítima quer contra terceiros.
Vítimas por desconhecidos/as: As situações de assédio persistente concretizadas por uma pessoa que a vítima desconhece estão habitualmente associadas a um menor de risco de perpetração de condutas violentas. Ainda assim, nos casos em que o/a autor/a dos comportamentos de assédio persistente age motivado pelo desejo de se envolver sexualmente com a vítima, o risco de violência (sobretudo sexual) é maior.
As vítimas de assédio persistente por desconhecidos tendem a sentir-se mais vulneráveis e em alarme constante. Nestas situações, a ansiedade e a confusão são maiores pois as vítimas não compreendem as razões que motivaram a “escolha” do/a autor/a dos comportamentos de assédio persistente.
Celebridades vítimas: As figuras públicas – estrelas da televisão, rádio, cinema, escritores/as, desportistas, políticos/as, entre outros – dada a sua exposição mediática, apresentam um risco aumentado de serem vítimas de assédio persistente.
Em muitas situações, o/a autor/a dos comportamentos de assédio persistente poderá ser um/a fã que tem como objetivo estabelecer uma relação de intimidade com a sua figura pública de eleição. Existem, contudo, situações em que o/a autor/a dos comportamentos de assédio persistente atua motivado/a pelo desejo de vingança (ex.: perante o ressentimento de ver não correspondido o seu fascínio pela outra pessoa ou pelo facto de não conseguir concretizar o seu desejo de estabelecer uma relação mais próxima/íntima) ou em busca de algum favor (de âmbito profissional, por exemplo).
O risco de violência é menor nestes casos, o que poderá ser explicado pelo fácil acesso que estas figuras públicas têm a medidas protetoras (por exemplo, contratando equipas de segurança ou guarda-costas que acompanham o seu dia-a-dia).
Falsas vítimas: Os casos de falsas vítimas acontecem com pouca frequência e são, normalmente, situações em que os papéis se invertem, isto é, em que o/a autor/a dos comportamentos de assédio persistente acusa intencionalmente a sua vítima de o/a perseguir/assediar, como forma de retaliação ou com o objetivo de prolongar ou manter os contatos com a/o mesma/o.
Há outras situações em que a vítima, em consequência de uma vitimação por assédio persistente anterior e movida por sentimentos de alerta constante e desconfiança, interpreta comportamentos “normais” como sendo de assédio persistente. Nestas situações, a perceção de se estar a viver uma experiência de assédio persistente não é intencional, nem movida por desejos de vingança, tratando-se de um desajuste na leitura que é feita dos atos de outras experiências prévias de natureza traumática.
QUAL O IMPACTO NA VÍTIMA?
O assédio persistente não é caraterizado pela ocorrência de um único comportamento de assédio ou acontecimentos, mas antes por uma constelação de condutas e situações que ocorrem de forma repetida, persistente e imprevisível.
O caráter persistente e imprevisível dos comportamentos impostos pelo/a autor/a do assédio persistente tem efeitos altamente penalizantes na saúde física e mental, no bem-estar emocional e no estilo de vida da vítima.
As vítimas vêem-se frequentemente confrontadas com a necessidade de ajustar as suas rotinas diárias, sentindo-se cada vez mais aterrorizadas e sem controlo sobre as suas vidas.
Podem surgir na vítima alguns sintomas ou consequências do assédio persistente, nomeadamente:
Na SAÚDE FÍSICA: Distúrbios digestivos, Alterações de apetite, Náuseas, Dores de cabeça, Insónias, Pesadelos, Fraqueza, Cansaço, Exaustão, Alterações na aparência física (exemplo: mudar a cor e/ou cortar o cabelo).
Em consequência de ferimentos causados pelo/a perpetrador/a podem ocorrer lesões físicas, tais como: Hematomas, Queimaduras, Ferimentos de arma branca, Ferimentos de arma de fogo.
Na SAÚDE MENTAL e no bem-estar emocional: Medo, Culpa, Hipervigilância, Desconfiança, Sensação de perigo iminente, Sentimentos de abandono, Desânimo, Confusão, Falta de controlo, Comportamentos de evitamento.
Perturbações de ansiedade, como Perturbação de Stress Pós-Traumático (PSPT): Depressão, Tentativas de suicídio, Aumento do consumo de medicação ou automedicação, Aumento do consumo de álcool/tabaco.
No ESTILO DE VIDA: Alteração de rotinas diárias, Redução dos contactos sociais, Abandono e/ou evitamento de atividades sociais, Mudança de cidade, de residência, de carro, e/ou de emprego, Aumento de encargos económicos/despesas em resultado da necessidade de adquirir ou reforçar medidas de segurança (exemplo: mudar a fechadura de casa, aquisição de alarmes, etc.), Redução no rendimento/produtividade profissional, académica e/ou escolar, Aumento do absentismo e/ou redução da assiduidade, Diminuição do salário devido a dias de trabalho perdidos.
MITOS & FACTOS:
Mito: Habitualmente as vítimas não conhecem o/a autor/a dos comportamentos de assédio persistente.
Facto: Na maioria das situações o/a autor/a é conhecido/a da vítima (i.e. ex-parceiro/a, familiar, amigo/a, colega de trabalho/escola, vizinho/a).
Mito: As vítimas de assédio persistente sentem-se lisonjeadas pelo interesse demonstrado pelo/a autor/a dos comportamentos de assédio persistente.
Facto: O comportamento dirigido à vítima pode ser altamente perturbador, ameaçando e colocando em causa o seu sentimento de autonomia, de liberdade e a sua sensação de segurança.
Mito: O assédio persistente é uma experiência intrusiva. Apesar disso, não envolve qualquer perigo.
Facto: O assédio persistente é uma experiência intrusiva para a vítima e pode revelar-se extremamente perigoso. Com o passar do tempo e à medida que o/a autor/a dos comportamentos de assédio persistente se sente rejeitado/a, os seus atos e tentativas de comunicação e/ou de aproximação à vítima tornam-se cada vez mais ameaçadores, representando um risco efetivo de ocorrência de atos de violência. O risco é, portanto, real e não deve ser, de alguma forma, subestimado.
Mito: A melhor estratégia para lidar com o assédio persistente é desvalorizar a conduta do/a autor/a deste tipo de comportamentos.
Facto: As situações de assédio persistente raramente acabam por si. Desvalorizar os comportamentos que são manifestados e subestimar as consequências que lhes estão associados pode ser perigoso para a vítima. Lidar ativamente com a situação, pedindo ajuda (de familiares, de amigos ou mesmo das autoridades policiais) e evitar qualquer contacto com o/a autor/a dos comportamentos de assédio persistente são estratégias de segurança essenciais.
PLANEAR A SUA SEGURANÇA:
Se é ou conhece alguém que esteja a ser vítima de assédio persistente, existe um conjunto de estratégias que pode utilizar para se proteger das investidas do/a agressor/a e para garantir a sua segurança.
Eis algumas das medidas que pode adotar:
Onde quer que esteja e qualquer que seja a situação, evite contactar e/ou confrontar o/a autor/a dos comportamentos de assédio persistente;
Não responda a mensagens escritas, bilhetes, e-mails, telefonemas, sms ou a outras tentativas de contacto;
Informe outras pessoas: polícia, familiares e amigos, colegas de trabalho/ginásio/escola, vizinhos;
No seu local de trabalho/escola, informe os seus colegas do que se passa e peça-lhes que em nenhuma circunstância forneçam informações ao/à autor/a dos comportamentos de assédio; peça também aos seus colegas que se o/a virem a rondar o local de trabalho/escola o/a avisem;
Forneça as mesmas instruções aos seus vizinhos, familiares e amigos;
Opte por caminhos alternativos aos que usualmente utiliza para se deslocar de casa para o trabalho ou para outros locais que frequenta diariamente (exemplo: ginásio, supermercado, escola/creche dos seus filhos, centro comercial, entre outros);
Peça sempre a alguém de confiança que o/a acompanhe ao carro ou até ao transporte que normalmente utiliza;
Quando se deslocar de carro, tranque imediatamente as portas e mantenha-as trancadas durante todos os percursos; mantenha uma distância de segurança entre o seu carro e o veículo da frente caso tenha necessidade de mudar de caminho/faixa de rodagem;
Anote quaisquer incidentes suspeitos, criando um registo detalhado de todos os comportamentos de assédio persistente de que tem sido alvo (por exemplo: o dia e a hora em que apareceu à porta do seu local de trabalho, escola, carro, ginásio, o que aconteceu, como estava vestido/a);
Guarde todas as cartas, emails, sms, bilhetes, presentes e/ou outros materiais que a pessoa que o/a tem assediado lhe tenha enviado;
Se vir a pessoa que o/a tem assediado e/ou se se sentir em perigo, fique calmo/a, não se aproxime, nem inicie qualquer conversa ou interação com a pessoa em causa. Tente permanecer fora do seu campo de visão, peça ajuda a outras pessoas que estejam por perto e considere chamar a Polícia ou ligar 112;
CONTACTAR A APAV:
Contacte a APAV. A APAV dispõe de um conjunto de técnicos devidamente habilitados que, de forma individualizada e especializada, prestam apoio gratuito e confidencial a todas as vítimas de crime ou violência ao nível emocional, jurídico, psicológico e emocional.
CHAMADA GRATUITA: 116 006.
LINHA DE APOIO À VÍTIMA DIAS ÚTEIS DAS 9.00H ÀS 21.00H.
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